O hipotireoidismo é a alteração mais frequente da tireoide, sua prevalência em mulheres é em torno de 10%, aumenta na menopausa ficando em torno de 12 a 15%. A incidência do hipotireoidismo em mulheres é de 4/1000, segundo dados do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
Mas qual é a relação entre a menopausa e o hipotireoidismo? Por que isso acontece? Como a menopausa e o hipotireoidismo modificam a saúde da mulher? Abaixo vamos aprofundar um pouco mais no assunto. (*inserir link do conteúdo do blog que fala sobre distúrbios da tireoide – hipotireoidismo)
A menopausa é um evento fisiológico e normal da vida da mulher. Corresponde à última menstruação, ou seja, os hormônios femininos já não são mais produzidos pelos ovários, em geral entre os 45 e 55 anos. Quando ela ocorre por volta dos 40 anos, é chamada de menopausa prematura ou precoce.
O hipotireoidismo é uma alteração da tireoide caracterizada pela diminuição da produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que são essenciais para o bom funcionamento do corpo. Ele pode ser primário ou secundário.
O hipotireoidismo primário resulta de um distúrbio da própria tireoide. A causa mais comum é a Tireoidite de Hashimoto, nesse caso, o hipotireoidismo vai surgindo conforme a tireoide é gradativamente destruída.
O hipotireoidismo secundário ocorre quando a hipófise falha em secretar hormônio estimulante da tireoide (TSH) suficiente, que é necessário para a estimulação normal da tireoide. O hipotireoidismo secundário é muito mais raro que o primário.
Relação entre menopausa e hipotireoidismo
A glândula tireoide produz hormônios que regulam o metabolismo e, portanto, controlam como o corpo utiliza a energia. Ao fazer isso, ele influencia o sistema reprodutivo, quase todos os órgãos (incluindo rins, cérebro e coração). Além disso, está relacionada também às funções biológicas, como apetite, equilíbrio hormonal, digestão, batimento cardíaco e força muscular.
Para a tireoide funcionar perfeitamente o T3 precisa ser transformado em T4 que é a forma ativa do hormônio. Porém, durante a menopausa os níveis de estrogênio ficam muito baixos e o processo de conversão é mais demorado.
De maneira geral, a relação entre a menopausa e a tireoide se dá pela baixa do estrogênio. Afinal, estrogênio baixo dá margens para o desenvolvimento de hipotireoidismo.
Por ser um momento diferente na vida da mulher, é comum ela ter sintomas de hipotireoidismo e problemas relacionados à glândula tireoide e associar aos sintomas da menopausa.
O grande problema disso é que os sintomas da menopausa vão passar com o tempo. Por outro lado, os sintomas do desequilíbrio tireoidiano podem piorar caso não haja tratamento.
O hipotireoidismo pode causar sintomas semelhantes aos da menopausa e é isso que pode fazer com que as duas condições se confundam muito.
A relação entre uma tireoide hipoativa e a menopausa é bastante complicada, e há muitos fatores envolvidos. Os sintomas de cada uma dessas condições podem ser bastante semelhantes e, às vezes, os dois interagem de uma maneira que pode aumentar sua gravidade.
Tratamento
O tratamento hormonal é uma das etapas naturais e esperadas da chegada da menopausa na vida de qualquer mulher. Apesar de ser uma opção amplamente escolhida por médicos e pacientes, não é toda mulher que realmente precisa investir em um tratamento hormonal para manter a qualidade de vida nessa fase.
A prescrição de um tratamento de reposição hormonal voltado para a menopausa pode ser considerado essencial, assim como a reposição dos hormônios tireoidianos é indispensável para evitar o agravamento do hipotireoidismo que pode causar sérias complicações de saúde, incluindo colesterol alto, doenças cardíacas e depressão.
No entanto, por conta da similaridade dos sintomas, é fundamental procurar um especialista para identificar a origem dos sintomas, diferenciando o que é provocado pela tireoide e o que é efeito da menopausa.
Fontes:
Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)
